Ainda bem que saí da rotina, venci a preguiça e segui meu desejo. Era feriado e o último dia de uma exposição no Paço Imperial, aqui no Rio de Janeiro.
Eu não sei como é aí na sua casa, mas aqui, fim de semana e feriado é dia de ir ao clube, na maioria das vezes. Programa de família com criança pequena. Por hábito, acabamos nos mesmos lugares, comidas e caminhos.
Bom, o fato é que o meu desejo foi mais forte desta vez e eu fui para a tal exposição, especificamente para ver “in loco”a obra de Jum Nakao. Para quem não sabe, ele trabalhou muitos anos na área de moda, fez o desfile da década e hoje é criador, no sentido mais amplo da palavra. Seria o Sebastião Salgado para os fotógrafos ou Michael Phelps para os nadadores.
Eu já tinha visto no facebook o vídeo do processo de criação desta obra, feita em uma instituição de idosos, e chorado copiosamente.
E qual foi a minha surpresa, ao chegar no Paço? Ele, Jum, estava lá, falando sobre o seu projeto aos visitantes. Eu pude dizer a ele o quanto a obra dele me emocionou e fez lembrar de minha mãe que interage pouco com as pessoas e passa as tardes tecendo tapetes em telas furadas parecidas com as que ele usou no seu trabalho. Além desta emoção, foi também muito inspirador.
Vai se tecendo a vida como uma gaiola. Ao costurar ficamos próximos. Nos entendemos. O vazio que existe dentro da vida é transformado. Jum Nakao
Eu tive a oportunidade de conhecer outros trabalhos, artistas e instituições assistenciais deste projeto maravilhoso chamado TURN, criado no Japão em 2015, e que através do encontro de diferentes pessoas, almeja criar novas formas de inclusão social.
Tati Polo, artista têxtil e arquiteta, aplicou seus conhecimentos com os assistidos do Kodomo No Sono, que atende deficientes mentais.
Sachie Takiguchi, produtora, desenvolveu as atividades no Centro Cultural Monte Azul, na periferia de SP.
Todos passaram a acreditar que não podemos desistir de algo sem tentar. Sachie Takiguchi
Yasuaki Igarashi, artista , realizou sua vivencia no Pipa, programa de integração pró autista.
Após a temporada no Rio, a exposição seguiu para Tóquio. Que ela volte para o Brasil!